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SEJA COMO A ÁGUA (2ª parte)

A água procura a humidade, assim como o fogo os ambientes secos. Da mesma forma, para nós humanos, um coração que procura outro coração deve fazê-lo por via da afinidade e da espontaneidade que ela traz.


A afinidade é como a água: afasta o esforço e segue o caminho mais fácil, uma vez que permite agilizar os processos de aprendizagem do outro. Neste sentido, a existência de esforço para conseguir algo indica que o caminho não é natural. Por outro lado, não se pode ignorar que a energia projetada no sentido de se alcançar algo é a mesma para manter esse algo. Ou seja, a energia que gastamos na conquista de alguém necessita do mesmo investimento na manutenção dessa relação, caso contrário a própria relação é posta em causa. Então, se se tratar de algo “não natural”, desse caminho forçado, imagine-se o desperdício de energia nessa luta contra a corrente!


A água ensina-nos, assim, uma valiosa lição: a afinidade é o caminho do coração e este deverá ser fluído, isento de conflitos, de interesses cegos e de teimosia.


Porém, a água ensina-nos outra importante lição. Quando esta não encontra uma via, ela acumula-se até que lhe seja permitido encontrar o caminho mais baixo e fácil. Isto significa que a água espera pela oportunidade e não se limita a agir por agir.


A água não se agita impaciente, nem tampouco gasta energia a debater-se com questões de ego. Ela concentra-se e foca-se na oportunidade de saída. Não reage na agitação, uma vez que, perante águas turvas, não é possível ver-se o fundo.


Assim, a água espera que a situação indique, por si mesma, a saída e que dessa turva agitação se faça claridade. Para a água sempre existe solução.


Se estabelecermos um paralelo com a nossa vida, identificamos a necessidade de foco em objetivos não comprometidos pela restrição do tempo. Não se trata de assumir uma passividade desconcertante. Trata-se, verdadeiramente, de perceber para onde a própria vida se inclina, para onde esta nos encaminha, jogando e reagindo a essa dinâmica, esperando, se necessário, e agindo de forma fluída, isenta de conflitos, de interesses, de cenários turvos e em respeito com a própria natureza.


Sejamos como a água.

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